domingo, 16 de novembro de 2008

O Diafragma tem que funcionar!

Quarta-feira, 23 de Julho de 2008


Não respiramos como deveríamos mas podemos alterar esse padrão.


Respirar é a chave para a saúde. O padrão respiratório que apresentamos determina em nós diversos desequilíbrios corporais. É através da respiração que devemos iniciar o processo para alterarmos nossa condição.

Todos nós respiramos, é óbvio. Mas apresentamos padrões diferentes, de acordo com nossa história física e emocional. A respiração é a melhor forma de adquirirmos energia tanto em matéria como em espírito. O principal músculo da respiração é o diafragma, músculo grande, grosso, forte, em forma de disco que faz a divisão entre o tórax e o abdômen.

Por ser o músculo principal da respiração, ele é responsável também pelas manifestações emocionais através do grito e do choro entre outras. É comum quando criança aprendermos a conter o choro segurando a respiração. Como o choro e o grito, por exemplo, hoje não são bem vistos pela sociedade em geral, tendemos a desenvolver um diafragma reprimido, enrijecido, sem força e mobilidade.

Acontece que 80% da ventilação do pulmão é responsabilidade do Diafragma que fica próximo a maior área a ser ventilada dos pulmões, sua base. Para auxiliar o diafragma nos últimos 20% da capacidade respiratória dos pulmões, temos o que chamamos de musculatura acessória, que fica situada próximo a parte superior dos pulmões, na região do peito e do pescoço.

Se o diafragma não consegue realizar seu papel adequadamente, como em uma rigidez emocional, sobrecarregamos os músculos acessórios. Esse é o início de uma série de desequilíbrios no corpo que vamos carregar até o final de nossas vidas e que não contribuem para uma boa saúde.

Quando sobrecarregados, os músculos acessórios vão se enrijecendo, aumentando a tensão na região do pescoço, comprometendo a vascularização e inervação da cabeça e dos braços. Logo um ciclo vicioso se forma: ao criar uma respiração curta e tópica trabalhando com só 20% da área a ser ventilada, os músculos sobrecarregados são cada vez mais requisitados e assim sucessivamente.

Quando o Diafragma não funciona adequadamente, também diminuímos a pressão que deveria ser feita a cada respiração na região abdominal, comprometendo o funcionamento normal dos intestinos e aumentando a tensão da musculatura na região lombar. Devemos sempre procurar estimular o diafragma para ir liberando as tensões que nele ficam.

De dor de cabeça, passando por torcicolo, tendinites nos ombros e punhos, de gastrite, prisão de ventre a hemorróida, dores no ciático, nos joelhos e joanete. Tudo tem sempre um componente na restrição da mobilidade do Diafragma, direta ou indiretamente. Não é a toa que terapias milenares como a Yoga ou Qi Gong, tem a respiração como ferramenta princial.

Faça o teste pra ver que tipo de padrão você utiliza na respiração. Deitado com a barriga pra cima, dobre os joelhos, apóie os pés os chão, coloque uma mão no peito e outra na barriga e observe o movimento do tronco na respiração através das mãos.

Quando inspirar, a mão que está sobre o abdômen deve subir primeiro que a sobre o peito. Este movimento representa um padrão respiratório mais saudável. Caso você perceba o contrário, utilize o próprio teste como exercício e vá criando a intenção de expandir primeiro a barriga e região lombar na inspiração.

A dica pra se resgatar a atividade do diafragma está em respirar fundo. Mas atenção, pois uma respiração saudável e profunda não se inicia numa forte inspiração puxando bastante ar e sim numa expiração consciente, soltando todo o ar que está nos pulmões, para depois renovar o ar com uma inspiração profunda mas sem esforço.

Reaprender a respirar é um dever de todos. Soltar o ar é extremamente saudável e gera muito prazer. Todo fumante que perceber que fumar é também uma forma de respirar fundo estará mais próximo da possibilidade de independência do vício.

Jorge Itapuã Beiramar

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